quinta-feira, 2 de abril de 2009


Segunda, 15 de setembro de 2008, 10h20



Biografia lançada no Brasil conta detalhes dos Guns N' Roses



Slash destrincha a história do Guns N' Roses em sua autobiografia
Slash destrincha a história do Guns N' Roses em sua autobiografia




Existe um sem-número de biografias do Guns N'Roses, em geral com o carimbo de não-autorizada, mas nunca um gunner da formação original veio a público contar detalhes tão íntimos da história do grupo, como fez agora Slash em sua autobiografia. "Fez" é modo de dizer, porque quem se encarregou de extrair toda a história do guitarrista foi o jornalista e escritor Anthony Bozza, que já tem no currículo livros sobre os polêmicos Tommy Lee, baterista do Mötley Crüe, famoso por uma fita de sexo que circula na internet com a atriz Pamela Anderson, e o rapper Eminem. E o subtítulo parece exagerado, mas não significa que não aconteceu, já dá pistas do conteúdo de Slash.




Isso porque o guitarrista, que tem cobras como animais de estimação, mantém um padrão de vida estranho até mesmo para um rockstar.

"Fizemos edições por telefone de qualquer lugar onde ele se encontrasse no mundo, entre três e oito da manhã. Acho que não vi a luz do dia nos últimos dois meses de trabalho", conta Bozza ao Jornal do Brasil, de Los Angeles.

Ele garante que Slash leu e aprovou cada parágrafo. Melhor assim, porque as 450 páginas do livro realçam uma vida regada a sexo, drogas e rock'n'roll.

Filho de artistas, Slash se considera fruto de uma criação liberal, e, com 13 anos, já tinha fumado maconha e feito sexo. Natural que, ao se transformar em guitarrista, fosse parar numa banda como o Guns N'Roses, nos anos de ouro do hard rock oitentista.

"Tivemos que tirar algumas coisas, porque poderiam ferir terceiros, mas tudo que escrevemos é verdade", acredita o autor.

"O Slash é um cara muito aberto sobre o seu uso de drogas e quis ser bem honesto sobre isso", prossegue.

É possível ler (e imaginar) passagens curiosas, como a que Slash flagra o sisudo vocalista do Metallica, James Hetfield, recebendo sexo oral de uma fã mais atirada. Ou quando confirma a história segundo a qual Axl Rose decide transar com a namorada em pleno estúdio para registrar os gritos dela na música Rocket Queen, do primeiro álbum da banda.

Há também as menos agradáveis: Slash foi procurado pela polícia, teve problemas cardíacos por causa do vício em heroína - hoje aparentemente controlado - e viu amigos morrerem de overdose bem ao seu lado, por mais de uma vez.

Nota-se em todo o texto que o cuidado maior foi na hora de citar a relação (e as desavenças) com Axl Rose.

"Eles estiveram envolvidos em processos judiciais por 11 anos, mas resolveram as pendências. Ele teve cuidado com o que disse por causa disso. Além do mais, o Axl tem um histórico de processos bem grande", explica Bozza.

O que não impediu que Slash deixasse bem claro como os excessos de estrelismo de Axl é que colocaram o Guns N'Roses no buraco. No auge da megalomaníaca turnê dos álbuns Use Your illusion, Axl ficava sempre separado da banda, e, depois dos shows, bancava festas faraônicas para celebridades.

Isso depois de se atrasar para as apresentações em cerca de, no mínimo, uma hora, o que em geral resultava em quebra-quebras e mais processos por parte dos organizadores. Com o tempo, Axl manipulou tudo para que o Guns N'Roses passasse a ser ¿ legalmente ¿ uma banda de sua propriedade, e os integrantes meros contratados. Foi a senha para Slash dar o fora, sem dizer adeus.

Hoje à frente do Velvet Revolver, que procura um substituto para o vocalista Scott Weiland, Slash parece estar pegando leve. Casado e com dois filhos, "só" mantém o hábito de fumar um baseado e continua bebendo e usando cocaína "socialmente".

"Ele estava totalmente limpo durante o processo de escrever o livro", garante Bozza.

Mas, espera aí. Se ele precisa de um vocalista, e Axl Rose não consegue manter uma formação intacta à frente do Guns, não seria óbvio o retorno da formação clássica?

"Não acho que isso aconteceria, mas coisas estranhas têm ocorrido", despista Bozza, a despeito de Slash, no livro, deixar claro, falando em tom de comunicado aos fãs, que esse retorno jamais vai acontecer.

O escritor continua fazendo biografias, mas para comediantes. "Estou finalizando a do Artie Lange e começando o trabalho com Tracy Morgan, do Saturday Night Live", conta. "Aprendi a duras penas que eles são mais sinistros que os rock stars!"

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